Carne de porco úmida e crocante, com molho apimentado, enrolada em folha de gergelim selvagem. Arroz salteado com conserva de acelga, coberto por omelete fumegante. Tiras de carne semicongelada, pera asiática e gema curada. É a comida original, saborosa e com preço justo que cria filas à noite na Barra 
Funda, bairro da zona oeste paulistana que, a essas horas, costuma estar vazio.

Parte do segredo pode estar no cardápio enxuto (oito pratos no jantar, fora acompanhamentos) e estável (só duas novidades desde a inauguração). Contribuem a arquitetura bem planejada, que facilita o controle da cozinha e do salão, e o tamanho restrito (até 40 lugares).

O Komah poderia estar num bairro badalado de Seul: a inspiração é coreana nos ingredientes, mas o ambiente é contemporâneo e profissional, e a criação do chef Paulo Shin acrescenta sabores surpreendentes. A técnica apurada aparece até mesmo na textura perfeita dos tradicionais kimchi (conserva fermentada e apimentada) e banchans (pratinhos diversos que acompanham a refeição).

Como em time que está ganhando também se mexe, a casa abriu recentemente para almoço, com menu diferente —também enxuto, mas variado e bem pensado para um horário em que os clientes podem ter pressa. Mais novidade está prevista para este segundo semestre: um bar que servirá petiscos inspirados na “pojangmacha”, a comida de rua coreana.

Ficará melhor ainda se a expansão aliviar a espera noturna e trouxer mais tolerância à recepção (que às vezes parece lidar mal com a alta procura) e menos ansiedade quando os clientes, felizes, relutam em liberar as mesas.