Descrição de chapéu Fim de ano

Pousada pé na areia é referência de luxo simples no Ceará

O Rancho do Peixe tem bangalôs de 80 metros quadrados e ventilação 100% natural

Cruz (CE)

O italiano Marco Dalpozzo, 57, viajou de Natal (RN) a São Luís (MA) em busca de um lugar para construir a meca do kitesurf. Velejador, ele encontrou na praia do Preá, no município de Cruz, no Ceará, o local ideal para a prática do esporte.

Os ventos da cidade continuam favoráveis desde que a pousada Rancho do Peixe foi criada por Dalpozzo, em 2005. Já o projeto do empreendimento extrapolou a ideia de meca do kite e se tornou referência na região por aliar luxo e simplicidade.

Mar com barcos de madeira e muitos paraquedas de kitesurf no céu
Rancho do Peixe, pousada que fica na Praia do Preá, no Ceará. Praia do Preá: A meca do kitesurf . - Karime Xavier/Folhapress

Os 200 mil metros quadrados do complexo ficam a quatro horas do aeroporto de Fortaleza e a 20 minutos do de Cruz. Há 26 bangalôs de 80 metros quadrados com deck suspenso e cobertos por palha de carnaúba, um tipo de palmeira. 

A única diferença entre as hospedagens é a localização. Há quartos que ficam na frente da praia (média de R$ 1.100 a diária por casal) e nos coqueirais (R$ 900).

O resto é todo igual: ambos acomodam quatro pessoas (são duas camas de solteiro e uma king size), têm área externa com redes e ducha e internet wi-fi privativa. Do teto do chuveiro interno é possível ver o céu pelas frestas das madeiras.

A arquitetura do espaço respeita as características da região. As frestas nas paredes dos bangalôs, por exemplo, deixam o vento entrar para refrescar o calor intenso.

Os produtos de higiene disponíveis no banheiro são produzidos com ingredientes locais pelos próprios funcionários, que também são, em sua maioria, da região.

Eles ajudam a manter uma horta orgânica no hotel, usada para abastecer o restaurante do lugar. O resto dos mantimentos chega nas costas de um burro, diariamente.

Quem vai ao Rancho do Peixe pode deixar os sapatos de lado. Com exceção dos passeios pela região, dá para passar o dia todo descalço. As áreas comuns e os bangalôs são ligados por trilhas de areia, e os hóspedes abandonam os calçados até nas áreas com tablado, como no restaurante.

Para deixar a areia do lado de fora do quarto e entrar com os pés limpos, há uma bacia com água na porta das acomodações.

A pousada tem ainda piscina, restaurante, spa e um bar na frente da praia. Só o café da manhã, com opções de frutas, pães  e iogurtes, é incluído no valor da diária.

À noite, o bar da praia faz sucesso com as pizzas —a mais pedida é a que leva o nome do hotel, com mozarela de búfala, rúcula e presunto de Parma (R$ 75 a grande). No restaurante, a sugestão entre os pratos com frutos do mar é o camarão servido no abacaxi com farofa de banana-da-terra (R$ 115).

Vale também explorar os arredores do Rancho, que têm boas opções de restaurante. Um dos principais é o Komaki, cujo carro-chefe é o polvo preparado no vinho tinto (R$ 160 a porção para duas pessoas), que acompanha batatas, arroz branco, legumes, vinagrete e farinha de mandioca orgânica.

O percurso até o lugar, no município de Acaraú, a cerca de 9 km do hotel, passa por uma antiga área de mineração que, após o período de chuvas, se tornou uma piscina azul que atrai cliques de turistas. Apesar da cor clara, a água é turva e é preciso tomar cuidado porque o chão não é plano.

Os hóspedes que querem um dia agitado, com música dançante e praia cheia, podem pegar um transfer que sai três vezes por dia da pousada rumo ao Vila Kalango, hotel em Jericoacoara, do mesmo dono do Rancho. 

Também é possível ir para a praia de buggy e aproveitar as paisagens do Parque Nacional de Jericoacoara (média de R$ 450 para até quatro pessoas).

Mesmo com várias opções de passeio, o kitesurf comanda o ritmo do hotel, que tem sua própria escola, o Rancho do Kite, dentro do complexo. A aula de duas horas custa R$ 528 por pessoa —é preciso cerca de dez horas ganhar autonomia no esporte.

Depois do café da manhã, os hóspedes se dividem entre os que pegam suas pipas e vão para a praia e os que ficam no bar ou na orla assistindo aos velejadores.

À noite, o clima na praia do Preá não tem nada a ver com as festas da vizinha Jericoacoara. Depois do jantar, as pessoas se encaminham para os bangalôs. Às 22h, só se ouve o vento chacoalhando os coqueiros e entrando pelas frestas da parede.

Tópicos

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.