Descrição de chapéu Descubra sãopaulo 2020

Saiba onde praticar sumô, críquete, curling e beisebol em São Paulo

Estádios e clubes oferecem essas e outras modalidades pouco conhecidas no Brasil

São Paulo

É possível encontrar em São Paulo, cidade mais cosmopolita do Brasil, esportes nada ou pouquíssimo conhecidos no país.

Só no complexo do estádio Mie Nishi, que fica no Bom Retiro, região central da capital, pode-se praticar quatro esportes associados à comunidade japonesa: beisebol, softbol (versão do beisebol com uma bola maior e mais macia), gueitebol (jogo cujo objetivo é, com a ajuda de um taco, fazer a bola passar sob arcos, os ‘gates’) e sumô.

O espaço foi inaugurado em 1958, na época apenas como estádio de beisebol, em homenagem aos 50 anos da chegada dos japoneses ao Brasil.

“Até o príncipe do Japão da época, Mikasa, veio para a cerimônia”, afirma Olívio Sawasoto, 74, diretor da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol. 

O local, que recebeu em 1963 o beisebol nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo, é até hoje o único estádio público para a prática do esporte no país.

Segundo Sawasoto, a modalidade existia no Brasil antes de o navio Kasato Maru aportar em Santos, mas a prática aumentou muito com a vinda dos japoneses. De origem americana, o beisebol é o esporte mais popular do Japão. Chegou ao país no século 19, quando o arquipélago se abriu para o mundo e sua elite foi estudar nos Estados Unidos.

Apesar da forte influência nipônica, Sawasoto conta que hoje, na seleção brasileira, a maioria dos jogadores não têm ascendência japonesa, diferentemente dos clubes na região metropolitana de São Paulo. 

Já o sumô, também praticado no Mie Nishi, é essencialmente japonês, ligado ao xintoísmo, religião politeísta com origem no país. “A única diversão que os imigrantes tinham nas fazendas eram esportes, e o mais recorrente era o sumô porque ele não exige nenhuma ferramenta ou equipamento”, afirma Oscar Morio Tsuuchiya, 69, presidente da Confederação Brasileira de Sumô. 

Nos anos 1950, conta ele, havia campeonatos da modalidade envolvendo as colônias no estado de São Paulo. Cerca de 50 pessoas treinam no ginásio, o único público e exclusivo para sumô fora do Japão. 
Quase um completo desconhecido no Brasil, mas popular na Inglaterra e em suas ex-colônias, o críquete também tem praticantes em São Paulo.

O esporte chegou ao Brasil no meio do século 19, no Rio, com imigrantes ingleses. Foi em São Paulo, porém, que a modalidade vingou mais, quando Charles Miller trouxe da Inglaterra, além da bola de futebol, equipamentos para a prática de críquete em 1894. 

Ele também se empenhou na organização de partidas na região, em locais como o São Paulo Athletic Club (Spac), clube que tem origem inglesa.

Hoje, um grupo de cerca de cem pessoas ainda pratica a modalidade no Spac. Da turma, apenas cinco são brasileiros, conta o australiano e presidente-executivo da associação Cricket Brasil, Gregory Caisley. Os outros são principalmente imigrantes vindos de ex-colônias britânicas —do Afeganistão à Nova Zelândia. 
Uma vez por mês, geralmente num domingo, há treino ou jogo no clube. Para participar, Caisley pede que o interessado lhe envie uma mensagem através do email gcaisley@gmail.com.

Cidade ganha espaço para curling

O curling, esporte de origem escocesa no qual os jogadores “varrem” o gelo após lançarem uma pedra na superfície rumo a um alvo, pode ser praticado em pistas oficiais em São Paulo desde sábado (25).

Na data do aniversário da cidade, foi inaugurada no Morumbi a Arena Ice Brasil São Paulo, área de entretenimento no gelo com três pistas oficiais para a prática, além de rinque para patinação e hóquei 3x3 (versão com menos jogadores), café e bar.

Segundo Marcelo Umti, gerente da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo), a ideia, além de acolher quem quer praticar, é oferecer oficinas.

“O carro-chefe do espaço é o curling. Além de ser um entretenimento democrático, que qualquer um pode jogar, planejamos ter  brasileiros lutando por vagas nos Jogos de Inverno de 2026 ou 2030”, diz.
Segundo ele, o empreendimento deve receber entre 250 e 350 pessoas em dias úteis e entre 800 e 1.000 nos fins de semana. 

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