Descrição de chapéu Análise Cenários 2019-2020

Com esportes estreantes, Olimpíada de Tóquio vai coroar novas estrelas

Comitê aprovou a inclusão de skate, surfe, escalada esportiva, caratê e beisebol

Após o Rio ter sido o anfitrião da festa olímpica em 2016, é possível que alguns brasileiros torçam o nariz para edição de 2020 dos Jogos, ainda de ressaca causada por desvios milionários, suspeitas de compra de votos na escolha da sede e um legado nunca materializado conforme prometido.

Trocar o clima de euforia vivido nas ruas, praias e no parque olímpico cariocas pelas madrugadas em claro diante da TV tampouco soa como a mais atraente das ofertas, mas a segunda edição do megaevento esportivo no Japão (56 anos após a primeira) promete conquistar os apaixonados por ele.

Tóquio-2020, de 24 de julho a 9 de agosto, quer ficar marcada como a Olimpíada da alta tecnologia e da preocupação ambiental, atributos que exibe em suas quase prontas ou já entregues arenas. Será também aquela que abriu a porta aos novos esportes olímpicos.

Ainda em 2016, o Comitê Olímpico Internacional aprovou a inclusão de skate, surfe, escalada esportiva, caratê e beisebol na edição japonesa. Com os três primeiros, a entidade busca rejuvenescer o público interessado no seu principal produto.

É cedo para dizer se esse objetivo será cumprido, mas a notícia foi recebida com entusiasmo especial no Brasil, pois agora skatistas e surfistas do país já consagrados em seus circuitos poderão brilhar num palco ainda maior.

Com o protagonismo desses novos esportes, mesmo num cenário de retração dos investimentos públicos e privados na área, não será surpreendente os brasileiros deixarem o Japão com um total de medalhas igual ou superior ao recorde de 19, obtido no Rio.

Os anos de bonança prévios à Olimpíada em casa, em que a maioria das confederações nacionais contava com patrocinadores fortes, ainda reverberam para a elite, e o país terá chances de medalhas diversas: da 
canoagem à esgrima, passando pelo arremesso de peso.

Além dos esportes novatos, Tóquio vai coroar novas estrelas. Pela primeira vez desde 2004, uma edição dos Jogos não terá Michael Phelps e Usain Bolt, os dois gigantes do esporte olímpico neste século. Atualmente, o posto de destaque parece mesmo destinado à americana Simone Biles, 22.

Ela já brilhou no Rio de Janeiro e terá em Tóquio tudo para ser o grande rosto do evento. Seja porque não para de evoluir, batizando com seu nome novas piruetas de graus de dificuldade inimagináveis, seja por ter virado um ícone global, após fortes posicionamentos contra os casos de abuso na ginástica americana.

Embora muitas vezes o esporte queira fugir de temas incômodos a ele, ninguém melhor do que Biles para escancará-los. Ainda mais se fizer isso com o peito carregado de medalhas. 

Daniel E. de Castro é repórter de Esporte 

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