Se hoje o grafite brasileiro está entre os melhores do mundo, muito se deve ao trabalho do ítalo-etíope Alex Vallauri.
Era final dos anos 1970 quando ele começou a espalhar por São Paulo, cidade para onde havia se mudado em 1968, seus personagens inspirados nos desajustados, travestis e prostitutas que conheceu em Santos na juventude.
O reconhecimento veio rápido, e Vallauri carimbou com seus estênceis paredes de museus, de bienais de arte e de espaços públicos mundo afora.
Sua ideia era, em suas próprias palavras, “enfeitar a cidade, transformar o urbano com uma arte viva, popular, de que as pessoas participem”.
“Ele expandiu minha consciência, abriu minha cabeça para ver que o mundo era mais amplo, e a arte, mais intensa do que eu imaginava”, conta Ozi, 62, grafiteiro da velha guarda que se tornou, a partir de 1984, pupilo e colaborador de Vallauri até sua morte, aos 37 anos, em 1986.
São de Ozi as obras que ilustram esta revista "O Melhor de sãopaulo — Serviços", em uma releitura-homenagem que, acredita ele, Vallauri teria aprovado. “Se ele fosse fazer esse trabalho, teria esse espírito. Ele ia amar, com certeza —ou me bater”.
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