Carlos Pizza foge do padrão paulistano e é escolhida a melhor da cidade
Júri - Melhor Pizzaria
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Há um cantinho no inferno em que o Diabo recebe hóspedes especiais para jantar. A luz é branca e forte. Na parede, uma TV exibe “Domingão do Faustão” ininterruptamente. Logo abaixo, um aparador com uma forma de alumínio amassada e riscada pelos longos anos de uso. Ela tem pedaços de pizza de sabores sortidos: frango com Catupiry, alho frito, mozarela e aquela que tem palmito e ervilha.
Nas mesas, folhas de papel encerado disfarçam a toalha puída. O quadro se completa com uma lata de azeite meio imunda, uma garrafa empoeirada de vinho e um prisma de papelão que anuncia as sobremesas —encomendadas numa fábrica do Jabaquara.
A única diferença entre a Pizzaria do Inferno e suas congêneres paulistanas é: o Diabo não precisa comprar lenha para o forno.
Por isso a Carlos precisa ser louvada: ela não se parece com uma pizzaria. A luz é baixa e amarela, a música é suave, a mobília não fere os esteticamente sensíveis —um caso raro de design sem o desconforto implícito no combo hipster. Você é capaz de se divertir num lugar assim.
A pizza! Como pude me esquecer?
É ótima. Vem em tamanho individual, não vai para o aparador do capeta. Queijos artesanais, ingredientes ótimos, massa leve e bem assada, fórmulas criativas que não descambam para o bizarro. Meu paladar conservador prefere a margherita (mozarela de búfala, tomate-cereja, parmesão e azeitona, R$ 48).
São Paulo tem pizza boa aos montes. Mas não tem outros lugares como a Carlos, a melhor pizzaria da cidade. Em tempo: vá à matriz, na Vila Madalena. Satanás já traçou planos diabólicos para a filial dos Jardins.